segunda-feira, 25 de abril de 2011

Contramão

Não há mais o que dizer.
Eu estive exatamente onde você quis.
Não há mais o que perder.
Nem sempre acontece aquilo que se diz.
Não há o que pensar.
Eu fui até onde nem deveria ir.
Sem medo de errar.
Errei,errei e na dor,aprendi.
Não há motivos pra correr.
Somente o tempo colocará tudo em seu lugar.
Não há o que entender.
Julgando estar certa,eu cuidei,
me doei e amei você.
Eu quero,mas não tem porque chorar.
Assim como tudo na vida,uma hora,
isso também vai passar.

(Luana Martins)

terça-feira, 19 de abril de 2011

Em Segundos...

Com o tempo,os bebês crescem.
Com o tempo,as flores desabrocham.
Com o tempo,as pessoas envelhecem.
As horas passam, é já amanheceu.
As horas passam,e já é momento de partir.
As horas passam,e o sorriso se perdeu.
Quando nos damos conta,esquecemos o principal.
Quando nos damos conta,a canção já terminou.
Quando nos damos conta,já é outro carnaval.
Com o tempo,as folhas caem,as lembranças chegam
e a vida,vai.
As horas passam,e o avião não esperou,a esperança ficou
e a ampulheta se quebrou.
Quando nos damos conta,o verão acabou,o frio chegou
e o trem da história,passou.


(Luana Martins)

terça-feira, 12 de abril de 2011

Para Pensar e Principalmente Agir!

Terça-feira,dia 12 de abril.
Fazem cinco dias que ocorreu o tão falado e apavorante massacre de Realengo,mas parece que só agora,caiu a minha ficha sobre isso e pude organizar mais ou menos minhas ideias para então, tentar falar sobre algo que mais parece um pesadelo.
Atualmente,sou professora na rede pública no município de Iguaba Grande(RJ), e é claro que me encontro chocada com tanta violência.Mas ao mesmo tempo,tento buscar a origem de tudo isso.Então,nesses cinco dias,estive refletindo:esse jovem assassino passou pela escola e junto dela,vários professores.Esse jovem tinha também uma família,com suas complicações,mas quem não as tem?Umas mais e outras menos,mas todos temos.Onde estão as duas maiores instituições de nossas vidas?Nos bastidores?Estarão as famílias e as escolas fechando os olhos diante dos sinais dados por nosso filhos e alunos? O que tem feito essas instituições na verdadeira educação de um ser humano?
Esse fato isolado(por enquanto),não é culpa do Estado,nem da portaria das escolas e tão pouco,da diretora da instituição onde aconteceu tamanha tragédia.A falha,o rombo,seja lá qual for o nome,é muito mais antigo,vai muito mais além.A cada dia,encontramos cada vez mais famílias desestruturadas, onde a mídia é frequentemente a babá e os jogos e computadores,são a chance de tempo livre dos pais que por sua vez,estão muito ocupados para prestar atenção no que acontece à sua volta.
As escolas apresentam um ensino cada vez mais sistematizado,padrão e nada cativante,formando alunos passivos e robôs.Professores cansados,estressados,desestimulados e de uns tempos pra cá,muito assustados.Onde queremos tocar nossos filhos e alunos?Na ambição ou no coração?
Basta!Vamos encarar tal acontecimento como um alerta e entrar urgente num processo de humanização dos humanos.Que daqui por diante,nunca mais aquele aluno que se senta no fundo da sala,mostrando-se apático e que aparentemente não dá trabalho por ser calado,na dele,passe despercebido.
Chega de rotular nossos alunos e filhos como estranhos,isolados,problemáticos ou apáticos.
Até quando passaremos pela vida do outro sem percebê-lo,sem enxergá-lo?


(Luana Martins)