segunda-feira, 23 de maio de 2011

Eu,passarinho

Pássaro preso.
Eu o vi se lamentar.
Choro calado,sussurro amargurado.
Pássaro com asas e sem voar.
Pássaro ferido de tanto tentar.
Tentava fugir, desesperadamente
queria escapar.
Pássaro triste de doce olhar.
De olhar inibido e riso contido,
permitiu sua natureza calar.
Pássaro na gaiola,
via uma brecha,tentava sair.
Era inútil.
Portas fechadas e janela vigiada,
vigiada por aquele que o queria impedir.
Pássaro domesticado, já cego e fraco,
não sabia mais o que fazer.
Sua liberdade.Um preço a pagar.
Um tempo a correr,um ciclo a passar.


(Luana Martins)

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Seguindo...

Eu sei que me perdi
e ainda tento me encontrar.
Então,me deixe aqui,
não queira o caminho me mostrar.
Eu preciso caminhar,ter confiança
em minhas pernas e saber pra onde
vão me levar.
O caminho do silêncio foi aquele que percorri.
E vi o quanto essa escolha fala alto,eu vi.
Me fez tropeçar...Me fez cair.
Cair na real é o preço da queda,
e disso não dá pra fugir.
Deixe que a fase termine.
Deixe que o tempo ensine.
O mundo dará suas voltas
e na hora certa,surgirão as respostas.

(Luana Martins)

sábado, 7 de maio de 2011

No Fechar das Cortinas

Em meio a multidão,o que consigo
enxergar são lugares vazios.
Pessoas que não sabem quem sou.
É a vida correndo fora dos trilhos.
De tanto querer e entregar amor,
cheguei onde o amor não pisa,
onde pra ele não há chão.
De tanto fechar os olhos,
uma hora me faltou a visão.
Afogada num mar de mentiras,
o salva vidas já não me avistava mais.
Em meio a tantas máscaras,
tua cena roubou minha paz.
Entre as tuas mãos,
fui me perdendo de mim.
Dentro do fogo que havia em seu olhar,
eu vi desenhado o fim.
Tudo o que se passou,certamente ficará.
Pois nada em mim marcou tanto,
quanto o seu tenebroso dom de interpretar.


(Luana Martins)