terça-feira, 29 de maio de 2012

Eu,oceano

Desculpa se eu quis,
se vivi,se foi tudo intenso.
Desculpa se foi bom,
se também foi ruim.
Às vezes acho que foi
mais do que penso.
Desculpa se gargalhei,
se chorei,se caí.
Se fui além,se voltei
e se ainda continuo aqui.
Desculpa se fui mais mar
do que rio.
Se fui intensidade pra lá
do que queria.
Desculpa!Mas é que talvez
você não soubesse,que
quem observa o mar com
paciência,pode também desfrutar
sua imensidão na calmaria.

(Luana Martins)

Você,outono

Quando tudo terminar,
talvez eu esteja onde
seus olhos não me alcançarão.
Quando esse turbilhão passar,
talvez eu esteja tão longe que
apenas seus pensamentos
em mim chegarão.
Ao fim dessa chuva,
meu solo se encontrará tão encharcado
que será preciso algumas manhãs de sol
para fazê-lo viver novamente.
Mas enquanto permanece aí
esse frio mais que gelado,
aqueço-me com a chama que
ainda existe em mim,viva e quente.

(Luana Martins)

domingo, 20 de maio de 2012

Desbotado

Na pintura que criei
vi um mundo bem distante de mim.
O tempo apressado querendo invadir
o relógio que parei.
Sem manhãs de sol,
a tempestade reinou em nós.
Longe,do meu lado,
sua ausência fazia-se quase sempre presente.
Por que me puxar?
Você não pretendia me segurar!
Por que me chamar?
Seus lábios diziam aquilo que seu
coração nunca pulsou.
Como um filme em preto e branco,
a pintura foi perdendo o brilho.
Como um disco arranhado,
as cenas foram se repetindo.
Trazendo um final já esperado,
de um espetáculo imaginário.

(Luana Martins)